Irã diz que já produziu 17 kg de urânio enriquecido a 20%

Ocidente teme que República Islâmica consiga produzir combustível para armas atômicas

O chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, disse nesta quarta-feira (23) que o país já enriqueceu 17 kg de urânio a 20%, em uma demonstração de que a República Islâmica está determinada a seguir adiante com seu polêmico programa nuclear, apesar da imposição de novas sanções da ONU (Organização das Nações Unidas).

As potências ocidentais lideradas pelos Estados Unidos temem que o Irã esteja tentando produzir armas atômicas, que necessitam de urânio a 90% de grau de pureza. O governo iraniano nega a hipótese e diz que seu programa nuclear tem apenas propósitos civis.

As atividades iranianas de enriquecimento de urânio estão no centro de um impasse com o Ocidente. No último dia 9, o Conselho de Segurança da ONU concordou em impor uma quarta rodada de sanções ao país. As medidas incluem restrições a investimentos, à venda de armas e à circulação de navios com destino ao Irã.

O país começou a enriquecer urânio a 20% - contra 5% anteriormente - em fevereiro, sob a alegação de que precisava fabricar combustível para um reator médico.

O anúncio alarmou o Ocidente, que viu a medida como um passo na produção de urânio que pode ser usado em armas. O Irã afirma que seu programa nuclear é pacífico.

De acordo com Salehi, além dos 17 kg de urânio já enriquecidos a 20%, o Irã teria capacidade para produzir mais 5 kg por mês.

- Já produzimos 17 kg de urânio enriquecido a 20% e temos capacidade de produzir 5 kg a cada mês, mas não temos pressa.

O chefe da Organização de Energia Atômica do Irã disse que o país não enriquecerá urânio além do necessário.

- Não queremos produzir nada de que não precisamos e não queremos converter toda nossa reserva de urânio para 20%, então produzimos urânio enriquecido de acordo com nossas necessidades.