dailymotion-domain-verification-bf8367051eadca91-dmebea1o8ssgrxz1l Porquê a dor no parto? | Jacir Holowate stat counters

Audiencia do site

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Porquê a dor no parto?

Ultrapassados estão os tempos em que se considerava como preocupação fundamental durante o parto a sobrevivência
da mulher e do bebé. Hoje, encontrando-se os índices de mortalidade e complicações de parto bastante reduzidos, a
principal preocupação ressaltada pela maioria das grávidas é relativa à quantidade de dor que irão sentir.A dor não é mais
que um sinal transmitido pelo corpo, mostrando que algo de diferente ocorre. Das inúmeras tipologias possíveis, a dor
no parto é considerada como única, já que é intermitente e de intensidade gradual, com momentos de calmia nos
interregnos entre as contracções. Varia de mulher para mulher, e mesmo de uma gestação para outra, segundo diversos
factores físicos, funcionais e emocionais. A dor no parto resulta especialmente do facto de o útero ser um músculo.
Tal como qualquer pessoa, por um esforço intenso e continuado sobre um músculo pode sofrer uma luxação que resulta
em dor, também o útero se ressente aquando das contracções rítmicas desencadeadas no processo de parto (que visam
a expulsão do bebé). E, da mesma forma que quanto mais se pensa na dor, maior parece ser a sua intensidade e
durabilidade (como acontece com uma simples enxaqueca), também a tensão e o medo sentido no parto irão influenciala.
Trata-se do triângulo Medo-Tensão-Dor, ou seja, quanto maior o receio sentindo face ao parto, maior será a tensão
muscular e consequentemente maior a dor sentida. Como coadjuvante surge a presença da Adrenalina (substancia
segregada pelo corpo nos momentos em que o cérebro transmite informações de medo ou receio) reagindo o corpo com
a contracção muscular, o que no parto resulta consequentemente num maior índice de dor. O segredo para um
decréscimo da dor sentida parece então residir na capacidade em quebrar este triângulo… de que forma?
Promovendo o relaxamento e o sentimento de segurança no momento do parto.
Tal como referido, no trabalho de parto coexistem vários processos físicos e psicológicos com influência na dor sentida.
Em termos físicos, decorrem as contracções uterinas, a tensão provocada por estas mesmas contracções, a pressão do
bebé na bexiga, o alargamento do canal de parto, entre outras. São processos naturais e cujo resultado - a dor -
mostram à mulher não só o inicio o trabalho de parto, mas também que o seu bebé está pronto para nascer. A nível
psicológico verifica-se que o medo e/ou ansiedade face ao momento, influenciam de forma determinante a quantidade e
tipo de dor sentida, assim como a vontade, capacidade e força para a enfrentar. Em termos sociais é comum a
transmissão cultural do receio face ao parto e à dor, pelo que se torna uma associação natural à gravidez. Há que
descondicionar, em termos psicológicos esta visão, e encarar a dor no parto como um factor necessário e que de alguma
forma torna o momento mais interessante, já que o Homem é um “animal de desafios”.
Ainda que ae tente evitar a dor, Ainda que se tente evitar a dor a questão deveria residir no minimiza-la, e não na sua
total abolição já que a sua função é útil e natural. Conhecem-se presentemente várias técnicas ao serviço da promoção do
bem-estar da mulher durante o trabalho de parto, as quais poderão subdividir-se em três grandes grupos: técnicas
naturais, auxiliares, e medicamentosas.
- Técnicas naturais:
- Técnicas pré-parto: residem habitualmente no exercício regular e razoável por forma a preparar o corpo para o
momento de parto, aumentando igualmente a resistência (bastante benéfico em trabalhos de parto demorados). A
participação em classes de preparação para o parto surge actualmente como um dos métodos mais procurados pelas
futuras parturientes, promovendo o conhecimento e consequentemente uma maior competência.
- Relaxamento: permite a descontracção do corpo, pelo que o trabalho de parto será facilitado, resultando menores
índices de dor. Respiração: permite não só acalmar a mulher, como a oxigenação dos tecidos, o que liberta parte da tensão e
consequentemente restringe a dor.
- Visualização: promove o relaxamento e diminui tensão. Consta da capacidade da mulher em visualizar algo que a
descontraia, de forma continuada, pelo que o treino nesta técnica é recomendado.
- Verbalização: vocalizar palavras, sons, canções ou mesmo gritar, ajuda a mulher não só a distrair-se como a libertar a
tensão.
- Técnicas no parto: dentro das possibilidades inerentes ao espaço físico onde decorre o parto, a mulher deverá
procurar o ambiente com o qual se sinta mais confortável (nomeadamente quanto à música, luz, objectos ou
companhia).
- Técnicas auxiliares:
- Água: não só para o trabalho de parto, como para o próprio momento de nascimento. A água é relaxante, liberta a
tensão física e possibilita à gestante uma maior liberdade de movimentos.
- Homeopatia, Yoga, Massagem, Hipnose, Acupunctura: são técnicas que quando praticadas previamente à gravidez
poderão ser benéficas na supressão da dor durante o trabalho de parto.
- Técnicas medicamentosas:
- Analgésicos: não interferem directamente nas contracções e dor sentida. Como efeitos negativos surgem as náuseas e
tonturas, e o facto de o bebé poder ser afectado (aquando de uma administração por via intra-venosa).
- Tranquilizantes: ajudam apenas a acalmar e relaxar, pelo que não diminuem propriamente a dor.
- Anestesia: de vários tipos, nomeadamente local, regional ou geral. A mais comummente utilizada é a conhecida
Epidural.
-
Existem diversas outras técnicas, algumas das quais desenvolvidas e aplicadas culturalmente (com especial distinção
para a cultura oriental). Porém, outra que é também na sua essência é uma técnica (mais psicológica que física), mas
muitas vezes esquecida, é a consciência pessoal de que por ser mulher, o corpo está preparado para reproduzir, para
ter filhos. Trata-se do conhecimento de aspectos fisiológicos tão simples como a noção de que o corpo está determinado
biologicamente para procriar. Se não veja-se que se artificialmente são induzidas drogas durante o parto com vista à
supressão da dor, também o organismo humano produz um tipo de “droga”, a Endomorfina, um
analgésico natural, libertado com vista à redução da dor. Assim, a mulher terá mais capacidade para lidar com a dor no
parto do que se poderia julgar à partida. Basta muitas vezes acreditar.
- E quanto a todas as outras técnicas discutidas? Muitas delas visam a abstracção à dor… Mas, teoricamente as
sensações de dor e alivio podem ser moduladas, já que os nervos sensoriais que conduzem as sensações de prazer,
fazem-no mais rapidamente que a condução da informação de dor. Assim, algum treino prévio, força de vontade e desejo
em vivenciar cada momento do nascimento do filho, capacita toda a mulher de uma força de vontade suprema que lhe
possibilitará ultrapassar as barreiras impostas. O grande segredo reside então no conhecimento que cada mulher tem
de si mesma e da forma como lida com a dor. Não se trata de coragem, como muitas vezes se apelida, mas sim de
conhecer os limites. Em ultima instancia, o importante é conseguir acarinhar o bebé após o parto, pelo que há que
guardar alguma energia para esse momento, pelo que a mulher não se deve desgastar em demasia. Há que
reconhecer os limites pessoais de dor, mas nunca esquecer que as formas medicamentosas poderão impossibilitar a
vivência consciente de cada segundo.

0 comentários:

Postar um comentário

Antes de comentar, leia:
*Não serão permitidos comentários com ofensas pessoais.
*Não serão permitidos comentários com conteúdo. referente à pirataria.
*Os comentários devem ter ligação direta com o assunto.
*Não serão tolerados comentários com links para promover outros blogs e/ou sites.
*Se quiser deixar um link, comente com a opção OpenID.
*O comentário será lido antes de ser publicado e só será publicado se estiver de acordo com as regras.
*Os comentários não refletem a opinião do autor do site.
*O autor do site não se responsabiliza pelo conteúdo dos comentários postados por outros visitantes.